Formação

A esperança não engana – Semana de Formação Missão Porto dos Barcos – Itarema/CE

 “E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,5)

A Semana de Formação é um tempo para toda a Comunidade e para quem quiser ser formado pelo Carisma Filhos de Sião. A Palavra de Deus é como os livros do tempo de escola. Ajuda-nos a ensinar sem falar sobre a nossa vontade e serve para atestar as verdades fundamentais. Palavra de vida que a gera em nós. Confirma a nossa conversa.

A Semana de Formação serve para orientar e fundamentar a Comunidade, e, neste ano de 2025, estamos vivendo um tempo de graça, o Jubileu Ordinário da Esperança, o Jubileu que celebra a Encarnação. Um ano em que as portas estão escancaradas para vivermos uma experiência com o Amor verdadeiro de Deus por nós.

O amor de Deus muda as nossas vidas

É maior que qualquer outro amor na Terra. A nossa esperança é em algo temporal, a que São Paulo fala é uma espera, pois o Amor de Deus foi derramado em nossos corações. Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. Mesmo continuando pecadores, o pecado original foi pago pela morte de Jesus.

São Paulo teve um encontro pessoal com Jesus, por isso ele fala do amor de Deus com convicção. Encontro pessoal com Jesus é se deparar com a presença do próprio Jesus. Será que estamos vivendo nosso percurso só para destruir o outro como São Paulo fazia?

Precisamos de esforço para ter um encontro pessoal com Jesus

Para os jovens presentes: não é preciso esperar a velhice para encontrar Jesus. É para encontrar Jesus hoje. Quem encontra Jesus tem esperança e sabe olhar com o olhar de Jesus. Quando encontramos Jesus, perdoamos, amamos. Vir à Igreja não é fardo. Desejamos comprometer-nos com Ele. A Comunidade quer orientar-nos em um caminho novo, um caminho jubilar, como Ananias conduziu Paulo. Jesus tocou os leprosos. Isso os curou. Neste Jubileu, Jesus abre as portas para nos curar.

Conduzidos por Marcos 2, 1-12

O que pode nos tornar paralíticos? O que pode paralisar nossa alma? Por que guardamos tantas tristezas? Por que não nos alegramos com esse amor que foi derramado em nossos corações?

A Cruz pode parecer sinal de derrota. Mas ela nos ensina que precisamos passar por ela para ressuscitar. Não temos nada de bom que não tenha sido dado por Deus. Quando estamos cheios de nós mesmos, nós ferimos o outro. Matamos o outro. Quando estamos cheios de Deus, acolhemos o outro como o Jubileu vem fazer conosco. A forma de nos acolher é nos concedendo indulgências que nos “livram” do Purgatório.

“A cruz é a imagem mais perturbadora do Amor de Deus por nós” (Bento XVI).

Jesus não deu a vida por nós para ser herói, mas para nos dar de volta o Céu. Na cruz, podemos contemplar dois amores: Eros e Ágape. Só vamos compreender esse amor de Deus se fizermos a experiência de nos deixarmos ser amados por Deus. Ele toma a iniciativa em nos amar.

Quem se sente amado por Deus assume a natureza de se dar por Ele

Tudo que temos é dom de Deus. Nada é nosso. O rico perde toda a confiança em Deus e confia somente na sua riqueza. Necessitamos do Amor porque tudo vem dele. Isso nos faz procurá-lo tanto. O Amor de Deus nos preenche até transbordarmos. Por isso, não o encontramos em outro lugar. A misericórdia é um favor de Deus para nós. Isso deve motivar-nos a agradecermos ao Senhor e nos reconhecermos pecadores diante dele.

Jesus só não parou por causa de nós. Porque Ele nos ama.

Nossa vinda para cá hoje foi para que pudéssemos levar o que aprendemos ao outro. O preço pago por Deus foi dar-se por inteiro por nós, pois nós o levamos para a Cruz. Continuamos até hoje o levando pra Cruz, pois perdemos o sentido da vida e trocamos Jesus por outras coisas. Precisamos acolher o amor de Deus e nos deixarmos ser atraídos por Ele. Mas não é o suficiente. Precisamos acolher e responder a esse amor.

Nós amamos mesmo a Jesus? Somos capazes de amar a Jesus? Qual é o preço que estou pagando por amar a Jesus?

Precisamos transmitir o amor não para quem multiplica amor, mas para quem pode ser mudado pelo amor. Precisamos amar com o amor de Deus, que é tudo e tem tudo. A hora que o outro precisa do amor é no sofrimento e nós costumamos abandoná-los.

“Quando fui para a Comunidade de Vida, tive medo de deixar minha família sem defesa, pois meu pai era alcoólatra. Mas, no dia em que eu parti, meu pai parou de beber. Quando dei minha vida para Jesus, Ele me mostrou que Ele era o centro da minha vida”.

Deixemo-nos ser amados pelo Amor. Não tenhamos medo de nos sentirmos amados por Jesus

 

Francisco Adriano Silva
Cofundador da Comunidade Filhos de Sião

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