Formação

O Amor Misericordioso de Deus

Quando eu recebi a missão de falar sobre esse amor misericordioso de Deus, fiquei me perguntando: O que é amor? O amor, por si só, não é misericórdia? Então, falar o “amor misericordioso” seria até uma redundância da nossa parte, não é mesmo? Porque não existe amor sem se colocar no lugar do outro.
Aprendemos em 1 Cor 13 que o amor é paciente, é bondoso, tudo espera, tudo suporta. A palavra misericórdia é a junção de miséria + coração.  É a capacidade que Deus tem de se envolver com a nossas misérias e fragilidades, e, ainda assim, amar-nos. De não só nos entender, compreender, mas sobretudo de nos acolher.
A chave desse amor que é misericordioso está na acolhida. E acolher é abraçar, comprometer-se. Portanto, o amor de Deus é um amor de recomeços.
Às vezes, nós até entendemos, com a razão, a miséria do outro, por sua vida difícil, seus problemas e traumas, mas não a acolhemos. Acolher é, com o coração, trazer para si, amar a miséria. E é nossa miséria (nossa indigência) que nos leva ao coração de Deus.

Por isso, não se distingue a misericórdia do amor, o amor é por excelência a misericórdia, a misericórdia é a expressão do amor. Às vezes categorizamos o amor porque o colocamos no rol dos sentimentos, mas o Amor é divino e, ainda assim, está ao nosso alcance.Papa Francisco no Domingo da Misericórdia nos convidava à confissão e dizia que: “Na confissão descobrimos que aquele pecado que nos mantinha distantes de Deus, converte-se em lugar de encontro com Ele. Esse Deus ferido de amor vem ao encontro das nossas feridas. E em cada perdão somos mais amados. A quem muito se perdoa, muito se ama!”. Diante daquilo que é vergonha, “Deus faz maravilha”, pois Ele adora entrar através de “portas fechadas”.

Poder ver Deus através de suas chagas significa contemplar o amor sem medidas que brota do seu coração. “O coração de Deus bate de amor por mim”, e ninguém tira isso, os desamores, o pecado, nada tira isso de mim. Nada!

Quando chegamos na incredulidade de Tomé, Jesus não se apresenta com pompas nem discursos convincentes, mas nos apresenta suas feridas. A misericórdia não é mais uma qualidade de Deus, mas o palpitar de seu coração.

O Papa nos convida a vencer a vergonha, dizendo: “a vergonha quer dizer que não aceitamos o mal em nós”. Sendo que a alma tem necessidade de que o Senhor vença o mal.

Deus continua a nos considerar filhos, mesmo quando nos perdemos. Foi o que o pai fez com o filho pródigo, mas não só com ele. O filho que foi embora e gastou tudo não acreditava que merecia o perdão de seu pai, já o filho que ficou, queria ser recompensado pelo que fazia. O pai acolheu de volta o que se foi e ao que sempre esteve foi ao seu encontro insistir que ele se alegrasse com o que havia ressuscitado. Não podemos esperar outra coisa de Deus senão o amor! No sacramento da reconciliação, podemos começar de novo.

O Pai espera aqueles que se reconhecem pecadores, porque eles voltam; e vai ao encontro daqueles que se sentem justos. Quem é você? Aquele que volta ou aquele que o Pai precisa ir ao encontro?

 

Marília Ivina Mendes
Consagrada na Comunidade de Vida Filhos de Sião

Membra do Conselho Geral da Comunidade

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