A partir do livro do Êxodo, falamos sobre a liderança de Moisés na condução do povo de Deus. Ele conduziu o povo numa saída, isto é, num período de transição. Encontramos um povo que caminhava no deserto, que reclamava da fome, e o Senhor observava o caminho daqueles que estavam acostumados à escravidão.
A escravidão ainda é atual
Tal como aquele povo, a juventude também está acostumada a viver na escravidão do pecado – uma escravidão de morte e aprisionamento ideológico. Isso porque existe uma elite, considerada “dominadora”, que vem fazendo dos jovens e das famílias como fantoches, que tem nos dominado e consumido.
Todavia, só é dominado quem não tem conhecimento. Considerando que a juventude gosta de entretenimento, lazer, diversão, a elite dominadora sabe dessas preferências.
Por exemplo, as músicas – nós até achamos que ouvimos aquilo que queremos, mas o que há disponível é o que a elite dominadora seleciona, com o objetivo de escravizar, para que você consuma todo produto que eles querem. Dentro dessa sistemática, somos incluídos sorrateiramente, mas assim como o Senhor quis a liberdade do povo hebreu, igualmente deseja libertar os seus hoje.
Infelizmente, muitas ideologias que entram em nossas mentes vêm também pelo cinema. É uma forma perspicaz de infiltrar nas famílias caminhos incoerentes com a vida cristã. Portanto, desconfie quando a mídia expõe demais uma causa – geralmente não é para o seu bem. Até a moda é ditada por essa elite, e, sem saber, vamos consumindo.
Tudo ou nada: fidelidade e oração
Ao jovem não se pede coisas pela metade, pelo contrário: é tudo ou nada! Isso porquê a juventude tem intensidade e disponibilidade, quer oferecer tudo. Na vida de fidelidade a Deus é importante essa disposição, porque o Senhor é fiel o tempo todo, “tudo o que pedirdes em oração, vós alcançareis” (cf. Mt 21, 22), mas é preciso retribuir em fidelidade, com oração e com fé. Todos os dias o Senhor tem uma graça para você!
Além da fome e da sede, outra reclamação do povo hebreu era relacionada à moradia, mas Deus foi tão bom que providenciou comida e água – ainda que eles estivessem em transicão, a caminho. Assim, percebendo que quando pedimos a Deus, Ele olha em nosso favor, basta a confiança.
O favor de Deus é a graça do olhar divino sobre a sua necessidade. Quando o povo hebreu reclamava, o Senhor sabia porquê estava atento – com o Seu olhar sobre o povo, mas esperava que lhe pedissem, que orassem. Precisamos mostrar as nossas necessidades, embora Ele já saiba! Se não pedimos, a graça passa, e tudo isso pedimos na nossa vida de oração.
Viver na graça
O favor de Deus nos traz cura perfeita mediante daquilo que pedimos. Também onde você quer chegar, peça a Deus! Ele sanou através de Moisés a fome, a sede e a moradia do povo, mas muitos retornaram à vida velha – vida de escravidão.
Pode-se fazer a mesma comparação inicial: muitos jovens saem do grupo de oração, e acabam voltando para escravidão. Lá fora, o mundo diz “vem!”, mas Deus também chama. Ele está a seu favor, e quer sua fidelidade, seu tempo de oração, eu pedido com fé. Não chegaremos ao céu de braços cruzados – a graça que passa a cada dia não volta mais!
Diante disso, dizia Santo Agostinho: “Eu temo a graça que passa”, pois ele sabia que ela não volta mais. No mundo caótico de hoje só se fala em crise – imagine todas essas crises sem Deus!
Que possamos aprender a pedir como Moisés, tendo paciência e responsabilidade. Não podemos fazer orações e súplicas de qualquer jeito, nem apenas para satisfazer as nossas paixões – só se agrada a Deus com fé, sem ela “é impossível agradar a Deus” (cf. Hb 11, 6). O inimigo sabe disso, e ele nos tenta contra a fé, mas com Deus o venceremos!
Paulo de Tarso Silveira Filho
Consagrado na Comunidade de Aliança com Promessas definitivas