Rezei muito por esse Retiro de Liderança, pedi luz a Deus e que se fizesse a sua vontade. Estou fazendo um curso de Doutrina Social há alguns meses, indicado pela Diocese de Sobral, e, discutindo em grupos, depois de rezar e montar um tema, vi que era muito importante para o Liderança 2023 conhecer o conteúdo do livro Vamos Sonhar Juntos, escrito por Papa Francisco.
Todo coração está ardendo pelo jubileu, e não tem convite melhor do que “Vamos Sonhar Juntos”. Quando eu trabalhava na CNEC, o fundador dizia: “Um sonho que se sonha só é sempre um sonho que se sonha só, um sonho que se sonha junto se torna realidade.” Portanto, sigamos com o Papa Francisco no nosso jubileu e vamos sonhar juntos, sonhar juntos uma comunidade mais santa, um carisma edificado, os nossos familiares dentro do carisma, santidade, vida eterna, filhos melhores etc. Vamos sonhar juntos, precisamos estar bem felizes e animados: 25 anos se passaram, estamos concretizando um sonho de Deus em nós.
Papa Francisco trabalha neste livro três temas específicos: VER, ESCOLHER E AGIR.
Segundo o Papa, esse tempo pós-crise, tempo de dificuldade, é também tempo de ver o que está acontecendo com o mundo a nível espiritual. É tempo de escolher tendo em vista a fé. É tempo de agir tendo em vista a fé. É tempo de ver as coisas ao nosso redor à luz do carisma. O carisma é um dom, ou seja, é presente de Deus. Não podemos nos esquecer disto: um dom que Deus nos deu para vivermos, para alcançarmos almas, para transformarmos a realidade ao nosso redor.
Assistindo ao velório do Monsenhor Jonas, cheguei a seguinte conclusão: Como é bonito morrer justo, firme na fé. Não desistam, meus irmãos! Aconteça o que acontecer, nós vamos morrer justos, firmes no chamado que Deus nos fez. Deus fez do velório daquele homem um verdadeiro batismo no Espírito Santo. Estamos passando por momentos difíceis na Igreja e no mundo todo. Diante disso, o Papa Francisco nos convida a VER.
Toda crise é hora da verdade e de nos encontrarmos com nós mesmos!
Para o Papa, toda crise é hora da verdade e de nos encontramos com nós mesmos. As máscaras caem, Satanás fica querendo nos peneirar, existe pressa em nos solidar e, diante de uma série de situações difíceis, precisamos fazer uma pergunta: Como vamos sair dessa crise?
A regra básica é que nunca se saia do mesmo jeito, ou se sai melhor ou se sai pior, mas a decisão é nossa. Todos nós temos crise na fé e o Papa nos convida a sair de cada crise que nos assola de forma melhor. Como vamos sair? Precisamos tomar a decisão, vejamos o que nos rodeia, nossa cidade, lancemos um olhar sobre as famílias.
O papa nos convida a sentir o que está acontecendo no mundo, porque nós temos uma missão, um carisma para dar às pessoas e isso se faz com a nossa vida. Para vermos, nós precisamos ir às periferias da cidade. Se quiser ver o mundo como ele é, saia de si, vá para onde há clamor, onde há dor, para você poder sentir a realidade. Ir às periferias, de fato, é permitir sentir o sofrimento e as carências do povo.
O abstrato nos paralisa e o concreto nos cria possibilidade.
Quando Deus chamou Moisés, Ele disse: Eu escuto o clamor do povo!!! Precisamos ir onde está o jovem e onde está a família. Precisamos ouvir as pessoas, o tempo é esse, é hora da verdade, o mundo todo está doente, porque falta o essencial, a cura, Deus e o Espírito Santo. O abstrato nos paralisa e o concreto nos cria possibilidade. Uma coisa é eu pensar que o mundo está doente, outra coisa é sentir o mundo doente. É melhor uma vida dedicada ao serviço dos outros do que uma vida resistindo a esse chamado. Aqui está o principal: Ele nos constituiu para irmos ao encontro do outro. O que lhe foi confiado é uma forma de você ir ao encontro do outro. Nos últimos minutos da vida de Monsenhor Jonas, ele perguntou a enfermeira que o cuidava: Você é batizada no Espírito Santo?
O Papa nomeia como o anticorpo contra toda indiferença esse chamado de ir ao encontro do outro. Na pandemia, vivemos o cuidar de mim e do meu eu. Nós nos trancamos para nos defender, quando, na verdade, deveríamos salvar a vida do outro. Ao contrário, fechamos nossas portas para não ver o outro.
A cultura da indiferença deve ser tirada do nosso meio. É preciso nos entregarmos para sentir, servir, pertencer a Deus. Quando eu me entrego e pertenço a Deus, automaticamente eu pertenço ao outro. Quando eu me entrego a Deus, eu me faço oferenda ao outro. O que importa nessa vida não sou eu, mas o outro. Minha vida existe para o outro.
Segundo o Papa, existem três caminhos nefastos que impedem o crescimento, a conexão com a realidade e especialmente a entrada do Espírito Santo:
- Narcisismo: Conduz a pessoa a cultura do espelho, a olhar para si mesma e a centrar tudo na sua figura, que assim se torna a única coisa que você vê. Você se enamora tanto nessa imagem que se afoga nela. As notícias só são boas se beneficiam a você. Vivemos em uma sociedade que propaga essa cultura. Fujamos dessa mentalidade, cuidemos da nossa célula e mais e mais da célula do irmão;
- Desânimo: O desânimo faz com que você se queixe de tudo e não veja o que se tem, nem o que os demais lhe oferecem. Só enxerga o que julga ter perdido. É um verme que corrói por dentro. Com o tempo, você se fecha e não consegue ver nada para além de você mesmo. O desânimo lhe deixa preso. Por isso, vença o desânimo se lançando. Quando Moisés chegou ao Mar Vermelho, ele não murmurou. Ele botou o pé na água. Quem está comigo é o Senhor! Renunciemos o desânimo, estamos nascendo, é tempo do novo;
- Pessimismo: É como uma porta que você fecha para o futuro, uma porta que você se nega a abrir com medo de que algum dia surja algo novo. As coisas mudam, não vamos deixar de fazer o correto, mas vamos nos atualizar. O Espírito Santo faz novas todas as coisas, e é capaz de transformar as nossas mentes.
O remédio é focar nas pequenas coisas, naquilo que você pode empreender.
São três maneiras de parar e não avançar, são cantos de sereia que nos seduzem a agir dessa forma e aniquilarmos a nós mesmos e ao próximo. Contra essas três coisas, é preciso concentrar-se no pequeno, no concreto e nas ações positivas. O remédio é focar nas pequenas coisas, naquilo que você pode empreender.
Nestes tempos difíceis, as últimas palavras de Jesus no Evangelho de São Mateus me dão esperança: “Eis que estou convosco todos os dias”. Ele nos confiou uma missão em vista do bem do mundo, a beleza é a presença d’Ele em nosso meio.
Ele tudo realiza. Não devemos ter medo, porque o Senhor nos abrirá portas que nem sequer imaginamos que existem. Como fomos criativos na pandemia! Quantas lives! Quanta criatividade! Quem fez isso foi o Espírito Santo. Portanto, não precisamos temer porque o Senhor está conosco! Vimos uma Igreja viva na pandemia, enquanto o mundo se prendia ao colapso econômico, vivemos um testemunho extraordinário de cada cristão.
A conjuntura atual é própria para a conversão. Precisamos olhar nossas COVID’s pessoais, pois a COVID nos tranca, nos põe medo, nos fragiliza. O Papa, então, cita três COVID’s pessoais que teve de passar em sua vida. Em todas elas ele decidiu como queria sair. Em um delas, ele leu a vida de 36 papas, sem sequer imaginar que seria um dia papa. Saímos da crise nos preparando para o futuro. A crise é tempo de purificação. Assim sendo, nós precisamos vencer nossas COVID’s, sair de cabeça erguida. É preciso, pois, permitir que o sofrimento nos mude para sairmos melhores. O sofrimento é importante, nos muda e nos purifica. É preciso aprendermos a linguagem do NÓS, pois não estamos sós. É hora de ver o que nos faz avançar e o que nos faz retroceder.
Estamos em planejamento, vejamos o que nos faz retroceder na Comunidade e ver o que nos faz avançar.
Que o Senhor nos abençoe de Sião, a cada dia de nossas vidas.
Vander Lúcia Menezes Farias
Fundadora da Comunidade Filhos de Sião
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