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Retiro de Semana Santa 2024 – As Dores de Nossa Senhora (4ª e 5ª Dor)

Deus reservou este momento para que, juntos, refletíssemos a partir de Nossa Senhora a trajetória de Seu Filho.

Imaginemos as dores, as espadas que penetraram sua alma nesse percurso. A palavra “espada” tem um sentido de guerra, de divisão, de hostilidade. Aqui, vamos refletir as 4ª e 5ª dores da Virgem Dolorosa – o encontro de Maria com Jesus carregando a cruz e a Morte de Seu Filho amado, respectivamente.

4ª Dor – Encontro com Jesus no percurso do Calvário

Quando os olhares de Maria e de Jesus se cruzam, é o encontro de dois oceanos de amor – que se derrama em misericórdia.

Assim, Maria Santíssima acompanhava o percurso do Calvário no meio da multidão, acompanhada do discípulo de João. Até ele pode ter imaginado que a mãe do Filho de Deus não seria capaz de vê-Lo naquele estado. Mas, em sua delicadeza, ela permaneceu contida e foi ao encontro dEle.

Já refletia São Padre Pio: “Amor sem cruz não é amor, é ilusão”… Existem muitas pessoas que olham apenas para a Ressurreição, no entanto, para chegar à glória, Cristo teve que passar pelo suplício da Cruz. Diante do sentido da palavra “espada”, recordamos a profecia de Simeão, pois Jesus veio, de fato, para dividir.

Ao encontrar o olhar de Maria no meio do povo, Jesus sente como se a cruz pesasse um pouco mais. Um dos gumes da espada que traspassa Jesus é o de remissão – por essa razão, Ele nos salvou de nossos pecados.

A esperança e o coração de Maria

No conhecido filme de Mel Gibson, Maria vendo Jesus cair, recorda das quedas quando Seu santo Filho era apenas uma criança… Ali a espada de dor também fere o coração da Santíssima Virgem. Naquela agonia, a santa Mãe não se desesperou, pelo contrário, conseguia ter esperança – ela é a mulher da fé.

Para o cristão a verdadeira alegria é a esperança da Salvação (G. K. Chersterton).

Guardar todas as coisas no coração quer dizer que a fé de Maria era alimentada, e sua santidade a fez ir até o fim – com dignidade, alegria e esperança.

Portanto, irmão, a santidade é o que nos conduzirá à fidelidade. E um dia compreenderemos que o sofrimento que o Senhor nos permite é, na verdade, carícia divina – como bem compreendeu São Francisco.

Vale a pena prosseguir decididamente! Vejamos Maria Santíssima: Ela não desistiu do seu Filho. Quando a espada penetra ainda mais profundo em sua alma, ela não para… Ela continua o percurso com Jesus – pois a santidade consiste em ir até o fim.

Não existe dor maior para a mãe do que ver seu filho sofrer! E Maria sentia com Cristo todas as dores – das quedas, da coroa de espinhos, do esforço para falar e respirar, da lança que o traspassou… Porém, naquele momento, a lança abriu para nós as portas do Paraíso. Chegamos à 5ª dor – Jesus traspassado na Cruz.

Em Maria Santíssima o Pai colocou seu projeto de Salvação.

5ª Dor – Crucificação e morte de Jesus

Conduzidos pelo Evangelho de São João 19, 25s.

Maria nos acompanha em todos os nossos sofrimentos. Diante disso, São Tomás de Aquino nos dá um direcionamento para saber se nós sofremos ou não: “olhemos para a Cruz!”.

A quinta dor, Maria assiste tudo. Havia ali muitos curiosos a assistir a carnificina de Cristo. O olhar revela a alma, é o que nos conduz ao apaixonamento. Maria permanece de pé, alimentando a esperança, olhando serena e profundamente para o seu amado Filho.

Enquanto na quarta dor há encontro de dois olhares, na quinta, dois corações se imolam no mesmo altar.

O que contribuiu para a nossa queda foi:

– Um homem desobediente: Adão.

– Uma mulher orgulhosa: Eva.

– Uma árvore da vida que se tornou da morte: No Éden.

Em contraposição:

– Um homem obediente: Cristo.

– Uma mulher humilde: Maria.

– A árvore que, deveria conduzir à morte, nos deu vida: a Cruz.

A ressurreição dá sentido à Cruz de Jesus.

Se Maria pode gerar o Cristo sem dor em seu parto virginal, no Calvário ela sente toda a dor de gerar toda a humanidade. Naquele momento, Jesus a chama “Mulher”, pois a vê como esposa, a Mãe de Igreja.

Tudo o que ele sofreu no corpo, a Virgem Dolorosa sofreu na alma. No santo sacrifício, Jesus se abandona ao Pai, e Maria se abandona ao Filho.

“O caminho mais curto, mais seguro para se chegar ao Céu é Maria Santíssima” (São Luís Maria G. Montfort).

 

Paulo de Tarso Silveira Filho
Consagrado na Comunidade de Aliança com Promessas Definitivas

 

::: Acompanhe na íntegra – Retiro de Semana Santa 2024 :::

 

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