O ato de comer cria uma espiritualidade, ou seja, um jeito de ser, uma forma de viver.
Aprendemos a ser gratos por aqueles que compartilham a vida conosco, que “vivem debaixo do mesmo teto” que estão ligados por vínculos de parentesco, humano e espiritual.
Aprendemos a reconhecer que através dessa refeição somos acolhidos, amparados, sustentados e nutridos de tantas formas, todos os dias.
Aprendemos a valorizar os que trabalham para que o alimento chegue a nossa mesa. Só assim somos capazes de enfrentar os desafios cotidianos.
Aprendemos a ser generosos porque esse alimento é partido e repartido para favorecer o bem daqueles que sentam a mesa conosco.
Aprendemos que o egoísmo deve ser vencido, porque a verdadeira alegria vem daqueles que abrem as mãos na direção dos seus irmãos.
Aprendemos a reconhecer a força da oração do Pai-Nosso, “o Pão Nosso de cada dia nos dai hoje”. Nunca sentamos a mesa sozinho, nem fazemos uma refeição sem estarmos cercados.
Aprendemos a nos unir aos que tem e aos que não tem. A não querer muito e nem tão pouco.
Aprendemos a perdoar. As vezes sento a mesa e ofendo, machuco, firo. Seja por palavras ou por obras torno esse momento sem sabor.
Aprendemos a ser alegres porque comer juntos gera contentamento, e não são poucas as vezes que o riso corre solto.
Aprendemos a ter fé, crer no possível e esperar pelo Deus do impossível.
Aprendemos a recordar, lembrar, reviver. Trazemos os que não estão, que permanecem vivos em nossa memória.
Aprendemos que a mesa é lugar para acordos, pactos, alianças entre os que querem fazer o bem, mas também entre os que querem fazer o mal.
Aprendemos a amar a Deus e ao próximo, e a tornar esse momento em torno da mesa, eterno.
Por essas razões, Jesus escolheu a mesa para nos deixar o seu memorial. Foi sentado com seus discípulos que Ele nos deixou o seu testamento espiritual. Suas palavras e seus gestos trouxeram lições que se eternizaram no Banquete da Eucaristia, testemunho perene da presença de Deus no meio de nós.
A fé eucarística é a certeza da transformação do que é naquele que a de vim. O meio pelo qual Deus renova todos os dias a esperança de dias melhores. Por isso mesmo, rezamos em cada Eucaristia, “Maranatá, vem Senhor Jesus”.
Vem Senhor Jesus para nos ajudar a,
Partir,
Repartir,
Unir,
Dividir,
Perdoar,
Agradecer,
Acreditar,
Amar.
Robson do Nascimento Xavier
Fundador da Comunidade Católica Transfiguração