“O matrimônio na comunidade é uma fonte de bênção. Deve constituir e fomentar na comunidade famílias santas.” (E.F.S.)
Nossa primeira preocupação e comprometimento é em amar a Deus. Isso é uma responsabilidade individual. Melhor dizendo, uma graça que nos é dada por obra do Espírito Santo. É o Espírito Santo que mora em nós que nos faz capazes de amar a Deus com um amor incondicional. Isso deve ser uma alegria particular de cada filho de Sião.
Encharcados por esse amor, por que primeiro é Deus que nos ama, aí sim podemos constituir uma família a partir do Amor dele.
A família filhos de Sião é essa família que sabe olhar com o olhar de Deus para tudo que está a sua volta. O esposo olha pra esposa e esposa olha pro esposo e ambos olham para os filhos com esse olhar de Deus. Um olhar amoroso, cuidador. Quem ama cuida. Uma vez os filhos percebendo esse olhar dos pais, também sentem a necessidade de olhar para os pais e para o mundo com o olhar de Deus.
A família filhos de Sião é a família que se preocupa em garantir como herança para os filhos a fé. Garantir como herança para os filhos as coisas que não passam. Garantir como herança para seus filhos o que é eterno.
A família vive o amor conjugal, o amor de se dá e de acolher. Entende que foi chamada para fazer o outro feliz e não buscar sua própria felicidade apenas.
A família filhos de Sião coloca Jesus no centro da sua casa, das suas decisões, no centro do diálogo. Jesus é o centro. É Ele quem conduz.
É nele que devemos confiar, principalmente o futuro dos Filhos. Não apenas um futuro promissor, mas um futuro arraigado nós valores da fé recebido pela Igreja e pela comunidade.
A família filhos de Sião é uma família que reza, que mantém uma intimidade com Deus. Que cresce alimentados pela graça de Deus, com um coração desapegado para que Jesus tenha morada nele.
Jesus quer morar na nossa casa. Ele quer ser o dono. Ele quer está junto de nós, dos nossos filhos realizando a sua vontade.
Os esposos são para igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz, são um para o outro e para os filhos sinal de salvação, da qual o sacramento a faz participar. É uma vocação especifica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre cristo e a igreja.
Somente Deus pode transformar duas criaturas, duas carnes em uma só. Isso só acontece pelo poder do Espírito Santo. Um é auxílio divino para o outro, eles se complementam. Deus faz o homem ser quem realmente é pela presença da mulher, e vice versa.
A pessoa humana foi criada para amar. O homem reconhece no outro uma parte dele mesmo.
Não podemos amar perfeitamente, mas com o amor de Deus que é o Espírito Santo, por isso, me torno capaz de amar com caridade perfeita o outro. Por causa do Amor de Deus, todo homem e toda mulher, em matrimônio, são capazes e chamados a amar com caridade perfeita.
Às vezes exigimos comportamentos, somos egoístas e centralizados em nós, exigimos do outro algo que ele não pode dar. O amor vem aí, em não exigir. O casamento é lugar de sacralidade e santidade e não de mundanidade, é local de relacionamento que sai do natural para o sobrenatural. Deus espera de nós a santidade. Acredite, Deus te deu esta pessoa, para te confiar a missão de serem santos.
Só consegue tudo crer, suportar e esperar quem diz ‘não eu, Senhor, mas Tu’.
“Até aqui o Senhor me sustentou, amo meu marido (minha esposa) com amor unificado, sem amor bobo e romântico, eu amo com um amor divino, que aumenta com o tempo e o amor humano vai se estabilizando à medida que o amor divino toma conta. O amor divino diviniza o amor humano”.
Alguns passos importantes para ser uma Família Filhos de Sião:
- Está na comunidade.
O Filho de Sião foi escolhido, chamado e eleito por Deus para construir a comum idade com sua vida, com o seu trabalho, com os seus esforços e por vocação em imitar a Cristo mais de perto, através do Louvor e da Adoração. (E.F.S.)
- Ter Deus como o centro da família
“Deus é fonte de amor e da santidade matrimonial, sem Deus não dá para ter um autêntico matrimônio em Cristo. Deus não é uma opção dentro da família cristã. Deus precisa ser o centro do coração de cada membro da família e o centro na vida familiar.
Com Deus no centro, tudo pode mudar na família. Sendo a fonte inesgotável e eterna de amor, nele tudo pode recomeçar. O amor divino vence tudo, vence os desafios, os relacionamentos mais desgastados. O amor humano no matrimônio é limitado, mas foi visitado pelo amor divino”.
- Viver o matrimônio como um caminho de santidade
“Diante do altar do Senhor, se diz um ao outro:
‘De hoje em diante eu te ajudarei no caminho para santidade. De hoje em diante o teu caminho de santidade é também o meu, aliás é nosso! Nós vamos construir um caminho de santidade juntos’.
E o fruto do desejo de ser santo, é ter um olhar na eternidade. Se casamos para sermos felizes para sempre e na eternidade, nós seremos capazes de construir uma família santa e feliz nesta vida, e gerá-la para a eternidade”.
- Intimidade com Deus
Não podemos conceber um Filho de Sião que não reze. A oração é, para nós, primazia. EFS nº 61
Para construir uma família plena e feliz a vida de oração é essencial.
Vida de oração comunitária dentro da família, uma vida de oração comunitária na Igreja, na liturgia, uma vida sacramental. A família é uma comunidade que está integrada em uma grande comunidade que é a Igreja, para que ela possa alimentá-la e possa dar os frutos de amor, santidade e serviço na igreja.
“Você consegue rezar junto com sua família?”
A maioria das famílias, hoje, não reza. Há também muitos que rezam. Os que já aderiram a essa prática, então, continuem, não desistam! Aos que ainda não conseguiram deixo aqui o convite: comecem agora!
Você pode estar pensando: Eu sou uma pessoa boa, minha família é do bem, está tudo certo na minha casa, mas eu não rezo!”. Se você já é uma boa mãe, imagina com a oração, ficará melhor ainda! Se você é um bom pai, será um super pai, muito melhor para seus filhos!
Por isso, deixo a você uma dica: “Não sei o que você está passando em seu lar, se é a doença que visitou sua vida, se é situação financeira. Acredite que o que vai sustentar e manter firme para vencer todas as dificuldades do cotidiano é a oração”.
A oração precisa ser prioridade para a nossa casa.
- Amar até doer
“O caminho da felicidade é o doar-se e amar até doer. A aventura esponsal deve conhecer a loucura da cruz. O amor esponsal de cristo pela Igreja é um amor crucificado, porque esse nível de amor é o que vai até o extremo, e assim também deve ser o amor mútuo entre os esposos. Eu amo meu (a) esposo (a) até o extremo, até dar a minha vida por ele (a). ‘Estou disposto a dar minha vida pelo meu esposo? Estou disposto a dar minha vida por minha esposa?’ Assim existirá um amor mais forte que a morte, e esse é o amor que vence tudo.”
- Viver o ato conjugal com pleno sentido
Os esposos se amam tanto que se doam no corpo, na alma e no espírito. A beleza deste ato gera o dom dos filhos, a alegria do matrimônio. Cada filho renova essa alegria, e é uma nova centelha de amor.
O filho pede para nascer , não de qualquer maneira, mas desse amor, porque ‘ele não é uma dívida, mais uma dádiva’.
Cada filho é um milagre. Um filho muda a vida! Todos nós vimos — homens, mulheres, que quando chega um filho a vida muda, é outra coisa. Um filho é um milagre que muda a vida. Vós, meninas e meninos, sois precisamente isto: cada um de vós é fruto único do amor, vindes do amor e cresceis no amor. Sois únicos, mas não sozinhos! E o fato de terdes irmãos e irmãs vos faz bem: os filhos e as filhas de uma família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira infância. Num mundo muitas vezes marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha; e destas atitudes beneficia toda a sociedade.
“Perder tempo” com os filhos, brincar com os filhos.
- Ser Igreja Doméstica que Louva e Adora o SENHOR
Deus em sua infinita misericórdia, infundiu em nós a graça de louva-lo e adorá-lo. Mesmo diante das dificuldades nossa atitude é de louvar.(E.F.S.)
Ser igreja doméstica é caminho de santidade, é instrumento de santificação. A maior parte dos santos diz que aprendeu a rezar no joelho e no colo dos pais. É na família que se anuncia o querigma para os filhos, que se ensina e se aprende o perdão, a beleza da partilha, e é o lugar onde se aprende a missão, pois todos se ofertam juntos.
- Aprender a superar desafios e crises
Tudo que é humano tem seus desafios. Diz o Papa:
“A crise é o momento da fidelidade a Deus, às coisas e às decisões que tomamos antes. Muitas vezes não entendemos que a cruz é caminho para a ressurreição. Às vezes quando passamos pelos desafios na vida familiar dizemos ‘não aguento’, e assim, perdemos a oportunidade de construir a felicidade através da fidelidade. A felicidade mora na fidelidade! O momento da crise é como atravessar o fogo, como quando se purifica o ouro. Ao superar a crise, a família e o matrimônio estarão mais fortes e mais plenos que antes”.
As crises devem ser enfrentadas na paciência, no amor, na caridade, perseverança, fidelidade e capacitando-os para amar mais e melhor.
Quem está adormecido e indiferente em sua casa?
Nas Sagradas Escrituras a indiferença já é ódio. Não existe desamor que destrói mais do que a indiferença.
“Nós vencemos a indiferença e a mundanidade vivendo a misericórdia.” Ou seja, devo estar sempre disposto a perdoar e recomeçar, não obstante aos desafios que como família vivemos.
É normal que os esposos briguem: é normal! Acontece sempre. Mas dou-vos um conselho: nunca deixeis terminar o dia sem fazer a paz. Nunca!!
O Filho de Sião não pode viver indiferente ao seu irmão. Não deve alimentar discórdia, brigas, ciúmes e nem contendas. Quando essas coisas acontecerem, deve rapidamente resolver através do diálogo, do perdão e do amor. (E.F.S.)
- Ser missionária, mariana e intercessora
“Uma família não é um dom dado para si mesmo, é um dom de serviço, em vista da missão. Precisa viver a dinâmica da vida ofertada, pois o amor precisa transbordar e ser distribuído.
A família tem uma responsabilidade intercessora: rezar pela Igreja, pelos jovens, pelos pobres e pela humanidade. Como precisamos de intercessores no mundo de hoje! Que não rezem apenas por si mesmo, mas que rezem e sofram as dores da humanidade. Famílias com portas abertas não para receber, mas para irem ao encontro de outras famílias”.
Como Maria que foi ao encontro de Isabel. (Lc. 1, 39)
Francisca Gláucia da Rocha Sousa
Consagrada na Comunidade de Aliança Filhos de Sião
Membra do Conselho Geral da Comunidade