O Senhor nos convida a sentarmos à mesa… É ano jubilar, ano dos votos perpétuos dos primeiros consagrados deste Carisma
Vamos continuar nossa reflexão com o Evangelho de São Lucas 14, 15-24.
A vontade do Senhor é que a casa estivesse cheia e, para isso, Ele mandou o servo sair em busca! Trazer, introduzir, pegar os coxos, aleijados e os cegos… A Sua vontade para nós é que estejamos no mesmo lugar que Ele estiver!
Quando nós somos convidados para algum lugar, nós precisamos ir. Contudo, quando o Pai chama os convidados, Ele os chama a virem. Porém , apesar disso, os convidados não compareceram… E o que o Senhor fez: mandou-os buscar. Percebamos que toda a iniciativa é de Deus.
Assim, é por este convite que Jesus foi até a cruz, lugar que ninguém iria por nós; Ele desce até onde ninguém desceria. O normal é que os “menores busquem os maiores”, mas aqui é ao contrário — o maior é que desce para ir de encontro ao menor. Foi o próprio Cristo quem nos buscou! E por isso nós estamos aqui.
Qual foi a encruzilhada que o Senhor te achou?
Embora consideremos — algumas vezes — que, em nossa “boa vida”, o Senhor não nos encontrou numa encruzilhada, é um engano: provavelmente, fomos chamados nas “ruas e praças” do egoísmo, do egocentrismo… Mas, bendito seja o Servo que foi nos buscar! Há uma dignidade em Jesus vir ao nosso encontro. Se ainda há lugar, é porque o Senhor quer a casa cheia, repleta!
“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15, 16). Não foi iniciativa nossa: a graça de Deus foi o que nos trouxe.
Portanto, deixemos toda pretensão de que estamos aqui porquê nós viemos, de acharmos que fomos convidados porque queremos. Na verdade, estamos aqui por mérito do servente, isto é, o Servo que foi nos buscar. E Ele vai ao nosso encontro quantas vezes for preciso para encher a Sua casa!
É o Senhor quem nos traz, porque Ele quer a casa cheia. A salvação é para todos!
Aqueles que foram obrigados a irem para o banquete são felizes, pois entenderam o reino de Deus — que chegou até eles. Afinal, só persevera numa vocação aqueles que entenderem o reino. Tal lógica é totalmente contrária a lógica humana e ao que entendemos.
Diante do reino de Deus nós precisamos saber discernir entre duas coisas: o bem e o mal. Cuidado com as propostas que o mundo nos faz, e que minguam o nosso tempo para Deus. Cuidado com aquilo que não mata o corpo, mas mata a alma. Cuidado com as decisões que se toma — elas têm peso de eternidade. Saibamos discernir e dizer não ao que tira o nosso olhar de Deus.
É lícito e bom: mas se não vem de Deus, não é para nós
O reino de Deus é exigente! Cuidado com aquilo que nos rouba dEle. Não queiramos ficar sem o reino de Deus e seus acréscimos (cf. Mt 6, 33). Deus só nos pede o que Ele pode nos dar. Busquemos em primeiro lugar o reino de Deus, e escolhamos ser discípulos de Jesus!
Marília Ivina Mendes
Consagrada da Comunidade de Vida Filhos de Sião
Membro do Conselho Geral