Reflitamos acerca da grandeza do dia de hoje: a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. A paixão fará em nós uma expiação, há de nos lavar, purificar com o sangue do Cordeiro, a fim de nos tornar puros e possamos entrar no palácio do Noivo.
Uma dívida impagável e um Amor exagerado
O projeto de Salvação dado por Deus é uma proposta de amor exagerado de Nosso Senhor. Quando o pecado entrou no mundo, pecou-se contra Deus, e por isso contraímos uma dívida impagável… Uma dívida infinita!
Quando pecamos, atacamos Deus, o Sumo amor, imortal e infinito. Sendo a humanidade finita, não conseguiríamos pagar a Deus. Então, no projeto de amor do Pai, veio Cristo para assumir – pelo mistério da encarnação – a salvação a humanidade. Deus mesmo se fez homem, e não se apartou de sua divindade.
N’Ele se encontra este amor capaz de assumir nossas feridas, misérias, nossos pecados… Para então reparar a vida! Quem assumir todos os nossos pecados e todas as nossas dívidas é Infinito, para pagar nossa dívida infinita! Pois o homem, por mais santo que seja, não seria capaz de assumir os pecados de toda a humanidade (cf. CIC 616).
Os pecados de todas as gerações já foram expiados na pessoa de Jesus Cristo. Considerando que todo pecado necessita de uma expiação, saibamos ainda que apenas uma gota de sangue de Deus Filho seria suficiente para reparar toda a dívida. Podemos nos perguntar: “então, Ele não precisava passar por tudo aquilo?” Não! Ele não precisava. Passou pelo suplício da Cruz por amor, e somente por amor se doou por cada um de nós.
Só o Divino pode nos livrar da morte
Conforme nos ensina São Paulo, o salário do pecado é a morte (cf. Rm 6, 23), e somente um homem divino tem capacidade de nos livrar da morte. Por essa razão, precisamos recorrer a cada dia a Cristo, a fim de que possamos mergulhar no amor exagerado que Ele assumiu pelos Seus.
Diz Santa Catarina da Sena que se fosse para Jesus fazer tudo de novo, Ele o faria – teria amor suficiente para assim o fazer.
Jesus passa os trinta primeiros anos de sua vida terrena obedecendo; três anos ensinando; aproximadamente três horas sofrendo e; uma eternidade amando! Se pela desobediência o pecado veio ao mundo, no Jardim do Édem, Cristo vai em outro jardim – Getsêmani – para cumprir com obediência a vontade do Pai. Ele desfaz a tragédia de Adão e Eva na Cruz, a ponto de suar suor e sangue.
Contemplar a Cruz de Cristo é maior fonte de intimidade com o Amado, e assim explorar amor, plenitude, misericórdia e paixão. Contemplemos diariamente a Cruz do Redentor, e nela seremos salvos.
Por que Ele se deu numa Cruz? Por amor! E por amor redimiu a humanidade. Quando Jesus nos vê, Ele enxerga segundo o Seu projeto original, do jeito que Ele sonhou. O pecado não nos pertence, e nós pertencemos Àquele que se deu por amor.
Só entenderá Jesus quem entender a Cruz!
Paulo de Tarso Silveira Filho
Consagrado na Comunidade de Aliança Filhos de Sião