Gostaria de tomar com vocês o texto bíblico da Carta aos Efésios 5,18-21.
Estes dias nos preparamos para o caminho quaresmal, cuja proposta para nós é de esvaziamento. A proposta deste Retiro, em contrapartida, é de nos enchermos do Espírito Santo. Contudo, antes precisamos nos esvaziar de nós mesmos, daquilo que somos cheios.
Isso que a Palavra de Deus nos impele é algo difícil, pois queremos as coisas do nosso jeito. Antes, precisamos pensar: O meu jeito de ser corresponde ao que Deus quer de mim?
Às vezes nos sentimos vazios, e vazios de nós mesmos. Alguém aqui já viveu a saudade de si mesmo?
“Não vos embriagueis com o vinho que leva ao descontrole, mas Enchei-vos do Espírito!”
Vivemos tempos difíceis, a crise do sentido da vida. Quantas pessoas se perguntam: Qual o sentido da minha vida? Somos a geração que mais precisa de reconstrução!
Precisamos olhar para o Senhor. Ele é nossa esperança!
No Evangelho de hoje, Pedro olha para Jesus e diz: Nós deixamos tudo, mas qual será a nossa recompensa? Os santos não deixaram pouco, não deixaram muito, mas deixaram tudo. Eles deixaram de seguir a eles mesmo para seguir a Jesus Cristo. Sabe a coisa mais exigente da minha vida? Eu deixar de seguir a mim mesmo e me entregar inteiramente a Deus. Quem for generoso na oferta de vida a Deus, receberá sua recompensa.
O fogo da primeira experiência passa e só conseguiremos se permanecermos no Senhor. Tem uma frase de Jesus que me faz pensar bastante. No alto da cruz, Ele grita: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Ali Nosso Senhor está vivendo a experiência que você e eu tantas vezes vivenciamos: o abandono total, o aniquilamento. Mesmo quando passamos por tal situação, permaneçamos no Senhor. Não desistamos dele.
Nas exigências da conversão, o Senhor nos convida a nos quebrarmos. De tal maneira são as pedras de um rio, hoje belas e aboleadas, após sofrerem diversos impactos de milhares e milhares de anos para se lhe quebrarem as arestas. Precisamos passar por essa desconstrução, pois a graça de Deus atua aí.
Meus irmãos, não nos deixemos embriagar por aquilo que passa e não se eterniza. Quantas vezes, nós consagrados do Senhor, nos permitimos viver uma vida de escravos e não de filhos. Quantas vezes nos agarramos as coisas e situações passageiras.
Ser Filho de Sião não é uma proposta passageira, mas um chamado de Deus e uma resposta de cada um de vocês para aquilo que é eterno.
“Rendei graças a Deus, que é Pai.”
As vezes o Senhor nos pede gestos concretos do nosso amor e da nossa fidelidade. Não tenhamos medo de sermos como folhas secas, levadas pelo vento. Esse vento é do Espírito. Deixemo-lo manobrar a nossa vida!
Enchei-vos do Espírito Santo!
Padre Edson Carlos
Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Itarema-CE
