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14 de Julho Celebramos nosso baluarte São Camilo de Léllis

História de São Camilo de Léllis

Camilo de Léllis nasceu em 25 de maio de 1550, no pequeno vilarejo de Bucchianico, no Sul da Itália. Seus pais já era idosos, por isso seu nascimento lembrou o de São João Batista. De parto complicado, Camilo nasceu saudável e trouxe alegria à seus pais.

Camilo cresceu e viveu com a mãe Camilla Compelli que como boa cristã educou-o na religião, na moral e nos bons costumes. Quando Camilo tinha treze anos, ela faleceu. A dor foi grande e Camilo tornou-se rebelde e passou a detestar os estudos. Então, foi viver com o pai militar. Foi uma experiência difícil, pois o pai tinha uma vida instável devido sua carreira e era viciado em jogo.

Apesar dessa fraqueza, que hoje sabemos ser uma doença (a dependência do jogo) o pai amava Camilo e queria ajuda-lo. Por isso, quando Camilo fez quatorze anos, colocou-o para trabalhar no exército como soldado. A essa altura, Camilo mal sabia ler, mas tinha porte atlético. Por isso, sobrava para ele os serviços braçais. Por falta de escolaridade, nunca saiu do posto de soldado.

Quando Camilo tinha dezenove anos, seu pai faleceu. A herança que Camilo recebeu foi a espada e o punhal do pai. Camilo já era famoso por ser um jovem forte, violento, brigador e fanático pelo jogo. A morte do pai acentuou esses problemas de caráter de tal forma que os outros tinham medo dele. Assim como seu pai, ele passou a ganhar e a perder tudo que tinha no jogo.

Uma amizade começa a mudar sua vida…

No ano 1570 um frade franciscano não teve medo de Camilo e conversou sem delongas com ele. Os dois se tornaram amigos. Camilo sentiu que, apesar da violência que ele cultivou, alguém conseguiu enxergar sofrimento e bondade em seu coração. Isso foi tão surpreendente e bom que ele quis entrar para a Ordem dos Franciscanos. Ao chegar no convento, porém, seu ingresso foi barrado por causa de uma grande ferida no pé.

Os franciscanos enviaram Camilo para receber tratamento no hospital de São Tiago, na cidade de Roma. Lá, ele teve um diagnóstico triste: seu tumor era incurável. Como não tinha dinheiro para fazer o tratamento, ofereceu-se para trabalhar como servente e conseguiu trocar sua força de trabalho pelos cuidados médicos. Porém, além da ferida no pé, ele tinha outra doença na alma: o vício no jogo. Ele foi demitido, pois afundou-se no jogo, nas dívidas e em confusões.

Na rua, sem trabalho, sem dinheiro, com um tumor incurável, ficou sabendo que os frades capuchinhos estavam construindo um mosteiro. Lá, ele conseguiu o emprego de ajudante de pedreiro. O contato diário com os franciscanos foi mudando seu coração. Certo dia, quando ia para o trabalho, teve uma visão que mudou sua vida definitivamente. Essa visão nunca foi revelada a ninguém. Porém, depois dela, ele nunca mais voltou a jogar e se converteu profundamente. Ele tinha, vinte e cinco anos.

Transformado, Camilo pediu para ingressar novamente na Ordem Franciscana. Porém, por causa de sua ferida, não conseguiu. Os franciscanos, porém, conseguiram que ele fosse internado de novo no hospital de São Tiago. Lá, sua segunda estadia foi bem diferente da primeira. Ele tratava de sua ferida, sim, mas passou a cuidar dos outros doentes fazendo um trabalho de voluntário. Assistia sempre àqueles que eram mais repugnantes, os quais eram simplesmente abandonados pelos funcionários bem remunerados do hospital.

Exemplo de amor

São Camilo de Léllis passou a enxergar nos doentes terminais, rejeitados e repugnantes, o próprio Cristo. Amava-os de todo o coração e passou a viver por eles. Os enfermos que tinham condições de se manifestar, agradeciam emocionados pela atenção e carinho que recebiam daquele jovem forte e cheio de amor cristão. Muitos se converteram ao serem cuidados por São Camilo. Outros tantos faleceram na graça de Deus, pois Camilo os levou ao arrependimento e à confissão.

O testemunho de São Camilo de Léllis começou a atrair jovens que se dispunham a segui-lo no cuidado amoroso e gratuito aos doentes. Nesse tempo, uma santa amizade nasceu com um padre, e futuro santo, que foi decisivo em sua vida: São Filipe Neri. Este, percebeu a grande graça que Deus derramara na vida de Camilo. Os dois fundaram, então, a Congregação dos Ministros Camilianos. A princípio, era apenas uma irmandade composta de voluntários dispostos a cuidar dos enfermos pobres, miseráveis, terminais, rejeitados por todos.

São Filipe Néri incentivou e ajudou São Camilo de Léllis a estudar e a vestir o hábito da própria congregação. Em 1591, aprovada pelo Vaticano, a Congregação se tornou uma Ordem Religiosa. São Camilo foi ordenado sacerdote e eleito o superior da Ordem dos Camilianos, conhecida também como a “Ordem dos Padres Enfermeiros”. São Camilo dirigiu a Ordem com firmeza por vinte anos.

Segundo relato de um companheiro, Camilo contemplava a pessoa de Cristo nos doentes com tanta intensidade que muitas vezes ao lhes dar de comer pensando serem outros Cristos chegava a pedir-lhes a graça e o perdão dos pecados.

Camilo faleceu em Roma em 14 de julho de 1614, aos 64 anos, foi canonizado em 29 de julho de 1746 pelo Papa Bento XIV e declarado protetor dos enfermos e hospitais pelo Papa Leão XIII em 1886.

Hoje somos convidados a descobrir o Cristo sofredor no rosto de tantos irmãos que padecem das enfermidades do corpo e da alma.

São Camilo de Léllis, rogai por nós!

 

Ministério de Comunicação Filhos de Sião

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