Formação

Retiro Comunidade de Aliança: A vigilância como espera do esposo Jesus

“Me leva a esse lugar, onde o fogo não se apaga…”


Onde é esse lugar? Esse lugar é aqui. É quando nos encontramos pessoalmente com Deus na Eucaristia, nos sacramentos e no nosso batismo.
Nós podemos ser um fogo pequeno, como o de uma vela, ou uma grande fogueira. Um fogo que pode ser apagado apenas por um sopro, um vento leve. Um fogo que pode se extinguir com uma palavra mal-intencionada.

A Comunidade Filhos de Sião olhou para a Comunidade de Aliança e percebeu que ela estava adormecida. Hoje, a Comunidade nos chama a sermos vigias, a vivermos em vigilância.

Paramos no mundo, e o que é eterno se torna distante de nós. Vivemos somente aqui, como se não existisse uma vida eterna junto a Deus. O mundo vai nos convencendo com coisas lícitas da terra, e vamos nos conformando. As coisas vão acontecendo, e o coração vai se prendendo ao que é passageiro — preso ao que está sem vida e que não nos conduz à eternidade.

Conduzidos por II Timóteo 1, 9

A graça destinada a nós em Jesus Cristo é a vida eterna, e nós fomos criados para o eterno. Se prendermos o nosso coração às coisas que passam, também passaremos — e a vida em Deus perderá o sentido para nós.

Se não construirmos um caminho evangélico com as pessoas, para que o desejo do eterno cresça dentro de nós, também podemos perder esse caminho, perder o sentido da eternidade.

Eu fui criado para o eterno o restante vai passar

Perder para ganhar é uma loucura para o mundo. Se estivermos contaminados pelas coisas do mundo, também não entenderemos esse caminho de eternidade.
O que você tem perdido até hoje?

É nítida a diferença entre a pessoa que vive presa às coisas do mundo e aquela que vive livre! Como temos caminhado como vigias da nossa própria vida? Fomos chamados por Deus, escolhidos. Deus foi minucioso ao nos escolher — e isso precisa ser o fogo da nossa caminhada.

O mal só tem poder sobre nós se nos alimentarmos do pecado. Precisamos desejar o bem, desejar a graça de Deus para a nossa vida.

A Comunidade está nos conduzindo por um caminho para nos mostrar que o que realmente vale a pena é o que é eterno. É preciso abrir os nossos olhos para as fantasias que o mundo tem nos apresentado.
A dinâmica do Evangelho é perder para ganhar. Quando não queremos perder nada, permanecemos na dimensão passageira, terrena, e não entramos na dimensão do que é eterno.

Ser sentinela

Na Bíblia, os sentinelas eram grandes guardas encarregados de proteger as cidades contra ataques surpresa dos inimigos e outros perigos potenciais. A nossa vida é protegida quando nos tornamos sentinelas — permanecendo vigilantes, mesmo diante dos perigos inesperados.

A palavra hebraica para sentinela significa “aquele que olha, espia e vigia”.
Para que o encontro com o Esposo aconteça, é preciso viver na expectativa de quem observa atentamente.
Vamos vigiar a nossa vida, olhar para dentro de nós.

Conduzidos por São Marcos 10, 35-40

Só existe um caminho para nós, cristãos: a Jerusalém celeste. O caminho que Jesus percorre é para chegar a Jerusalém; portanto, a nossa meta é justamente esse caminho.

É por isso que, na Comunidade, a dinâmica é caminhar. Não há outra coisa — apenas o caminho.

Caminho que tem um destino: A cruz e a ressureição

Vida parada é vida contaminada. Não deixemos nossa vida parar.
O caminho da vida que trilhamos com Jesus é o da história da salvação. À medida que percorremos esse caminho com Cristo, estamos fazendo um caminho pascal — pois é um caminho que nos conduz à cruz e, depois, à ressurreição.

Cruz: meu caminho de salvação. Cruz e ressurreição pertencem à nossa história de salvação. São o nosso hoje e constituem a meta do nosso caminho.

A intenção de Jesus era preparar os doze para a provação. Quem é provado está no caminho certo. O ouro e a prata se provam no fogo — assim também acontece conosco.
Jesus fez os doze experimentarem o caminho da provação para que permanecessem firmes no Seu caminho.

Jesus deixou claro aos discípulos que o Seu Reino não é deste mundo. No entanto, ainda insistimos em querer ser reis e rainhas neste mundo.
Tiago e João caminhavam com Jesus, mas não estavam no caminho de Jesus. O que eles desejaram — estar à direita e à esquerda na glória — não era o caminho de Jesus. Não podemos usar o Senhor para nos promover.

Como posso estar na Comunidade e, ainda assim, não estar no caminho de Jesus? Estar apenas no meu caminho?
O meu caminho me paralisa: não rezo, não me confesso, não busco a Deus. Talvez seja um caminho onde eu esteja apenas buscando me promover. Quem se une a Jesus se esconde. Quem se une a Jesus, desaparece.

Cuidado! Porque nosso corpo pode está com Jesus, mas nosso coração pode está distante!

 

Francisco Adriano Silva
Cofundador e Formador Geral da Comunidade Filhos de Sião

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