Formação

A fé de Maria: O SIM que gera a Nova Aliança!

Hoje vamos falar sobre a fé de Maria — a fé que gera vida, o “sim” que gera vida. No início da adoração, um irmão me trouxe um guarda-chuva porque estava com medo da chuva. Ao ver isso, falei com ele: “Homem de pouca fé, senta ali. Vamos aprender com Nossa Senhora. Tenha fé, meu filho, vai dar certo!”

É verdade: basta uma chuva para que a gente já fique com medo, imagine então os grandes desafios da nossa vida! É aí que, sem fé, nos desesperamos. Mas Nossa Senhora vem nos ensinar a confiar.

Conduzidos por Lucas 1,39-45.

Meus irmãos, após o episódio da Anunciação, São Lucas narra a visita apressada de Maria à sua prima Isabel. Aquela que se fez serva do Senhor no plano da salvação, agora se faz serva de sua prima. Maria vai servir.

Maria serve por sua fé e obediência

Desde o início da humanidade, vemos esse paralelo. Na antiga aliança, Deus criou uma mulher virgem, prometida a um homem, que foi visitada por um anjo — Eva. Mas Eva foi tentada e caiu. Pela sua desobediência, o pecado entrou no mundo.

Séculos depois, outra mulher virgem aparece, também prometida a um homem. Também visitada por um anjo — agora, o arcanjo Gabriel. De quem estamos falando? De Maria. E ela faz o caminho oposto ao de Eva.

Se pela desobediência de Eva o pecado entrou no mundo, pela obediência de Maria a salvação chegou até nós. De quem estou falando? De Jesus, nosso Salvador. Maria gestou o Salvador. Ela foi o lugar onde o Verbo se fez carne. Como disse o Frei Raniero Cantalamessa, Maria foi a “oficina” do Espírito Santo — o lugar onde o Verbo foi tecido no ventre da Virgem.

Maria acreditou. Quando ela disse “sim”, ela creu. Ela poderia ter dito “não”. Existe até um livro com esse título: “Maria poderia ter dito não”. Ela era livre, tinha livre-arbítrio, mas escolheu crer. Escolheu confiar. Escolheu o “sim”.

Muitos milagres na nossa vida só acontecem quando escolhemos crer. Se não tivermos fé, nos escondemos, nos paralisamos. Mas quando acreditamos, o milagre acontece. Foi o que aconteceu com Maria: uma virgem, ainda adolescente, disse sim ao anjo e engravidou — não de qualquer um, mas do Espírito Santo. Ela se tornou mãe de Jesus.

Maria, esposa do Espírito Santo e mãe de Jesus, acreditou. E, por causa dessa fé, ela pôde ver o impossível acontecer

Ao visitar Isabel, ela levou consigo a alegria de quem crê. Isabel, ao ouvi-la, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre.” Isabel reconheceu, em Maria, a Mãe do Salvador. E lembrem-se: Maria tinha acabado de receber o anúncio do anjo. Isabel, cheia do Espírito Santo, reconheceu que aquela jovem mulher simples era a portadora do próprio Deus.

Isabel, que já experimentava a ação divina, pois estava grávida em idade avançada, também havia vivido um milagre. Por isso, ela reconheceu em Maria a presença viva do Senhor. Maria não era mais apenas sua prima: era a Mãe do Salvador.

Maria foi virgem, imaculada, predestinada a uma missão sublime. Mas mesmo com toda essa graça, o céu esperou seu “Fiat”, o seu consentimento. Deus não viola nossa liberdade. Nós somos livres para escolher. E Maria escolheu entregar sua vida completamente a Deus. Ela era 100% humana e, ao mesmo tempo, 100% de Deus.

Maria nos ensina a usar bem a nossa liberdade — para escolher a vontade de Deus

O tema desta pregação é justamente esse: a fé de Maria, o sim que gera uma nova aliança. O sim de Maria gerou salvação, gerou o Salvador. Com o anúncio do anjo, o Senhor fez uma nova aliança com seu povo. Se o pecado entrou por uma mulher, a salvação também viria por uma mulher.

O anjo disse: “Ave, cheia de graça.” A palavra “Ave” pode ser entendida como “Alegra-te”. Se a tristeza entrou no mundo por meio de Eva, a alegria entra por meio de Maria.

Maria, na sua simplicidade, confiança e entrega, trouxe o Salvador ao mundo

Deixemos, então, que Maria seja essa oficina do Espírito Santo também em nossa vida. Lembrem-se: uma oficina é o lugar onde algo é restaurado, reconstruído, criado. Maria é essa oficina onde o Espírito cria vida, cria Jesus em nós.

Quando estamos sem fé, sem esperança, peçamos a Maria: “Gera Jesus em mim.” Porque Maria não gerou Jesus apenas há dois mil anos — ela gera Jesus hoje, em cada um que a ela recorre.

Que a Virgem Maria, toda pura, sem mancha, nos ajude a viver uma vida santa. Entreguemos a ela tudo — até a nossa falta de fé.

Porque a fé de Maria era uma fé expectante — uma fé que espera com confiança. Que sabe que Deus está cuidando de tudo, que confia no Deus que age, mesmo quando não vemos.

Que Maria gere em nós esse povo adorador.

 

Geraldo Luan Neves Leorne
Consagrado na Comunidade de Vida Filhos de Sião

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