Estamos a poucos dias da celebração do nosso jubileu, dos nossos 25 anos! Louvado seja Deus pela alegria de comemorar.
O Jubileu foi preparado para nós
Ano passado, por ocasião do período jubilar que se iniciava, a Comunidade preparou os seus membros, partilhando a passagem de Levítico 25 – na qual Moisés recebe orientações de Deus sobre como se deve comemorar um jubileu. No texto se pode compreender que o ano jubilar é de descanso, de alegria, perdão de dívidas, restituição de terras, e muitas bênçãos.
Embora tenha sido escrito tudo aquilo para um povo num determinado tempo, numa determinada cultura, não podemos deixar de considerar que os jubileus devem ser celebrados. Trouxemos tudo isso à tona a fim de refletirmos acerca da comemoração jubilar.
O ano da graça do Senhor
Conduzidos por Isaías 61, 1-10, nesta passagem o profeta apresenta a libertação do povo ocorrida em pleno jubileu, no “ano da graça do Senhor”.
Isto é, portanto, a razão dos filhos de Sião comemorarem este período, pois é o ano da graça do Senhor! Os favores de Deus estão à nossa disposição em vista deste tempo jubilar. Bem como, é um ano especial para servi-Lo, para praticar o perdão – à época, o perdão das dívidas –, e para partilhar os bens com os irmãos.
Certa vez, quando Cristo estava no templo (cf. Lc 4, 16s), Ele tomou o rolo com esta passagem, revelando que aquela profecia estava se cumprindo naquele momento. A partir de então, com a encarnação de Deus entre os homens, aquilo que era humano – o ano do descanso, do perdão, da misericórdia –, passou a ser divino, a história se tornou jubilar. Após a Encarnação, todo dia é jubileu! Um jubileu eterno.
O jubileu na Igreja
Sendo a Igreja perita em humanidade, ela percebe que o homem festeja, celebra, registra e rememora momentos, ele é marcado pela temporalidade. Por isso, celebra-se o ano santo, um ano especial.
No século 14, o Papa Bonifácio VIII estabeleceu o primeiro Ano Santo na história eclesial, que a cada 100 anos deveria ser celebrado. Então, o Papa Clemente VI (1342 – 1352), visto a brevidade da vida humana, reduziu o período, tornando-se o ano jubilar a cada 50 anos. Só no século 18, a cada 25 anos se tornou o tempo definido para comemorações jubilares. O Papa Urbano VI (1378 – 1389) diminuiu o período novamente, para a cada 33 anos, (o tempo estimado da vida Cristo). Em 19475, o Papa Sisto IV, encurtou mais uma vez o período entre os anos jubilares, colocando um intervalo de 25 anos. E entre esses intervalos acontecem jubileus especiais.
“Recordo como foi belo celebrar o jubileu do ano 2000. Mas belo também foi em 2014, no Ano da Misericórdia, em que muitas graças foram derramadas. Sendo o Papa Francisco o “papa da proximidade”, em todo o mundo as graças que eram derramadas ‘apenas no Vaticano’ foram estendidas à toda a Igreja, sendo espalhadas portas santas em várias dioceses”.
Em 2025 acontecerá mais um: o Ano Santo com o tema – Peregrinos da Esperança. Será aberto em dezembro de 2024 com a porta santa, e a bula sairá em maio de 2025.
Senhorio e providência divina
Um jubileu não acontece por acaso entre os cristãos, pois é um “momento de Deus” – de reconhecimento do Senhorio e da Divina providência do Pai. Celebrá-lo é compreender que o Senhor quer esse ano para Si, quer que nos dediquemos a Ele: que nós nos libertemos dos nossos pecados – que até então não conseguimos; que perdoemos, que restauremos as nossas vidas; que nós o celebremos!
O ano jubilar é para se viver a vontade de Deus. A exemplo de Santa Teresinha, podemos dizer: quero o que Ele quer! É tempo de se render à vontade de Deus para experimentar Sua providência, porque tudo vem d’Ele e é para Ele. Ainda que estejamos hoje a sofrer, o Senhor tem o melhor para nós.
Preparação da Igreja para o próximo jubileu
Para que possamos voltar o nosso coração para aquilo que a Igreja nos ensina, o ano que vem será dedicado à oração – toda a linguagem do Papa e da Igreja será sobre essa temática.
Esse ano jubilar enfatiza a necessidade de confiar no Senhor, de reconhecer o Seu Senhorio, de realizar os nossos sonhos e necessidades, pois Ele é Pai – sabe todas as coisas as quais precisamos.
É um tempo, ainda, de paz e reconciliação, de graça divina. Ele nos faz viver a conversão. É um apelo a recuperar aquilo que não poderíamos receber de volta pelas nossas próprias forças: o amor e a salvação.
“É o ano da conversão do coração, da mudança de vida” (São João Paulo II, Jubileu do ano 2000).
Não esqueçamos que o ano jubilar se celebra com os olhos voltados para Aquela que gerou a razão para celebrar o jubileu eterno: Maria Santíssima, nossa Mãe. Que Ela interceda por nós, assim seja.
Vander Lúcia Menezes Farias
Fundadora da Comunidade Filhos de Sião