“Ó Mãe fiel, nesta mesa da unidade ao comungarmos o Teu filho Jesus Cristo o Pão do Céu. Possamos mais servi-Lo fielmente e contigo adora-Lo em espírito e em verdade”.
Lumen Gentium § 55: “É a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada a longa espera da promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação, quando o Filho de Deus dela recebeu a natureza humana, para libertar o homem do pecado com os mistérios da Sua vida terrena”.
No Magnificat, Maria declara que Deus olhou para a humildade de sua serva – não para sua beleza ou aparência, mas para sua humildade. Deus se encantou com a humildade de Maria.
Ela foi fiel e obediente à antiga aliança que Deus havia feito com o povo de Israel, tornando-se continuadora da esperança no cumprimento das promessas divinas. Maria nunca duvidou do que Deus havia prometido ao Seu povo.
Deus havia prometido que viria habitar com o Seu povo e restaurar Israel. Maria é, portanto, a continuadora da esperança – uma mulher de esperança.
A promessa feita à Filha de Sião se realiza em Maria, quando ela acolhe o Messias com humildade, alegria e obediência. Com humildade, Ele olhou para a humildade de Maria. Com alegria, o anjo a saúda: “Alegra-te, cheia de graça!” E com obediência, ela responde: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Ao contemplarmos a Virgem de Sião, somos chamados a viver, com determinação, a vontade de Deus. Como disse Santa Teresa d’Ávila, é preciso de nossa parte uma “decisão decidida”.
Somos chamados a viver como Maria: determinados a fazer a vontade de Deus
As Sagradas Escrituras, ao falar da Virgem de Sião, referem-se ao povo escolhido, à cidade santa, ao lugar onde Deus habita. Toda essa profecia se cumpre em Maria – a mulher que se tornou a morada viva do Altíssimo.
Toda profecia se encerra na Virgem de Sião
Os profetas falavam da Virgem de Sião quando anunciavam a vinda do Messias. Dirigiam-se a Sião, a parte mais sagrada da cidade de Jerusalém. Sião representa o coração da esperança de Israel.
Maria pode – e deve – ser chamada de Filha de Sião, Virgem de Sião, pois nela se concretiza a vocação da antiga Jerusalém e do povo eleito. Os que permaneceram fiéis à aliança são considerados o “resto santo” de Israel – um povo inteiro e eleito.
Em Maria se concretiza a vocação da Jerusalém santa e sagrada
Conduzidos por Sofonias 3,14-15: “Alegra-te!”. Maria conhecia essa passagem, e por isso se perturbou com a saudação do anjo. Essa é a profecia do nosso Deus. É assim que as Sagradas Escrituras a apresentam.
Deus quis que Seu Filho nascesse nesse lugar
Sião era o coração da esperança de Israel. Mas a Virgem de Sião se tornou a esperança do povo, pois dela vem o Salvador – o lugar onde Deus habitará com Seu povo.
Conduzidos por Zacarias 9,9-10: “Exulta! Rejubila, porque Ele vem morar no meio de ti!”. A alegria é o que nos comanda. Quem tem Jesus é alegre. Quem tem a Virgem de Sião é alegre!
Deus veio residir em Maria. “Alegra-te, cheia de graça!” Ser cheia de graça é ser cheia de Deus. “O Senhor está contigo!” – essa saudação é o cumprimento da promessa feita à Virgem de Sião. Maria é a Filha de Sião em pessoa, que se alegra porque Deus veio habitar nela. A escolhida destacou-se entre os humildes e pobres do Senhor.
Não tenhamos medo de sermos humildes! A escada de Deus é de descida. Ele se manifesta nos humildes e pobres do Senhor.
São Bernardo de Claraval chamava Nossa Senhora de “Sião bendita”, pois nela Deus se fez carne. No seu seio virginal, o Verbo se fez carne. Maria se tornou o verdadeiro templo vivo – o novo tabernáculo da presença divina. Ela é a nova Jerusalém em pessoa – não mais apenas uma cidade.
Maria é a Virgem de Sião porque personifica o “resto de Israel” – o povo santo. Ela é a autêntica Filha de Sião
É a flor de Israel, desabrochada ao longo de um grande itinerário de luz e sombras. Como Maria, somos chamados a ser filhos de Sião, pois ela é a autêntica Filha de Sião.
Sião é o lugar da presença de Deus. Deus veio residir em Maria. E porque somos filhos de Sião, também somos chamados a ser presença viva de Deus. Ele foi o centro da vida de Maria e deve também ser o centro da nossa vida.
A Virgem de Sião não é apenas uma simbologia, mas a mulher real que trouxe o Emanuel – o Deus conosco. Somos chamados a tê-la como modelo.
Então, temos ou não temos motivo para honrar e prestar culto à Virgem de Sião?
Vander Lúcia Menezes Farias
Fundadora e Moderadora Geral da Comunidade Filhos de Sião