Meus irmãos, hoje, celebramos a Solenidade de Pentecostes. Cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo é derramado em nossos corações! Nós dizemos também que na festa de Pentecostes é a inauguração da Igreja, onde ela aparece publicamente. Os apóstolos, que estavam amedrontados, agora saem do Cenáculo cheios de coragem para pregar o Evangelho aos quatro cantos da Terra.
Mas, que relação têm estes dois eventos: o derramamento do Espírito Santo e a inauguração da Igreja? Na realidade, a Igreja é o corpo místico de Cristo, nós cremos nisso. Todo corpo precisa de alma, e o Espírito Santo é a alma da Igreja! Jesus, como cabeça, sabia que, sem o Poder do Alto, os apóstolos não conseguiriam cumprir tamanha missão de serem suas testemunhas, de pregarem o Evangelho por todo o mundo.
Então, a promessa de Jesus, o Pentecostes, aconteceu naquele Cenáculo: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At., 2, 1-6).
Os discípulos e Maria Santíssima estavam reunidos em oração e ficaram cheios do Espírito Santo. É interessante percebermos que a manifestação de Deus aconteceu com tremores, vento impetuoso e línguas de fogo, lembrando o Antigo Testamento, quando Moisés falava com Deus na montanha.
Os apóstolos, que estavam unidos em uma só oração, começaram a falar em outras línguas. E o incrível é que todos os povos que estavam ali, de todas as nações, ouvia os discípulos falarem em sua própria língua.
Esse episódio, leva-nos a uma analogia com a Torre de Babel. Vemos que, em Babel, decide-se construir uma torre que chegasse ao céu, para serem vistos. Em Pentecostes, também vemos um grupo de homens, os apóstolos, que se põem a construir uma torre que vai dar até o céu, que é a Igreja! Em Babel, ainda se falava uma única língua e, em um dado momento, ninguém compreendia mais o outro. Em Pentecostes, todos falavam línguas diversas e todos entendiam os apóstolos. Isso só foi possível, pois o Espírito Santo é unitivo, Ele nos une a Cristo, formando um só povo, um só corpo, a sua Igreja. Ainda em Babel, eles falavam de si mesmo, por isso aquela obra não prevaleceu. Em Pentecostes, todos escutavam anunciarem as maravilhas de Deus na sua própria língua. Eis porque todos os compreendiam, pois não falavam mais de si mesmos, mas de Deus!
Mais de três mil homens converteram-se naquele dia, pois dos apóstolos emanava uma paz e alegria que são próprios daqueles que são cheios de Deus! Uma alegria que vem do interior, que nada de fora pode destruí-la! Suas palavras simples, rudes, próprias de pescador, transformaram-se em palavras cheias de poder e unção! Ficaram todos cheios do Espírito Santo! A promessa de Jesus havia se cumprido na vida dos discípulos e, hoje, atualiza-se na vida da Sua Igreja.
Patrícia Jovino Obra - Comunidade Católica Filhos de Sião