Em preparação para a festa de Pentecostes que se aproxima, a Comissão da Juventude Siyyõn promoveu a 2ª Vigília Mariana – Aos moldes de Maria, a fim de conduzir todas as almas jovens da Comunidade a meditarem sobre a plena manifestação dos dons do Espírito Santo na Santíssima Virgem Maria. Vejamos como Ela soube se deixar conduzir em sua peregrinação nesta terra sob a ação do Espírito.
Dom de Sabedoria
Iniciando pelo degrau mais elevado, o dom da sabedoria foi vivenciado perfeitamente por Maria. Ela foi concebida sem pecado – nasceu sem mácula, pura, repleta da Sabedoria de Deus. Sendo, portanto, considerada a cheia de graça, cheia de Deus e de conhecimento.
Diante da sua missão, Ela precisava muito desse dom, porque era necessário entender os planos de Deus para a vida dEla, já que, se não conhecesse os desígnios do coração de Deus, Maria poderia ter respondido “não”. No entanto, Ela era livre, e por isso foi acolhendo todo o plano da Salvação.
Este dom nos salva, nos livra do pecado. Maria deu à luz a Jesus e Ele é a sabedoria de Deus, então Maria é a Mãe da sabedoria.
Este dom não entra em uma alma impura ou pecadora, é preciso estar em estado de graça para o desenvolvermos em nós. Para Nossa Senhora foi, de certa forma, mais fácil de viver todos os dons devido a sua condição imaculada. De nossa parte, devemos olhar para Ela como exemplo, para que essa graça possa acontecer também em nós.
Além disso, a Sabedoria foi o dom que Deus usou para criar o mundo, por amor. Esse presente divino conduz toda a criação e a nossa vida, a partir do momento em que nós permitimos.
O sábio é amigo de Deus! Nossa Senhora era íntima de Deus. Essa amizade nos faz entendermos o que Deus reserva para cada um de nós. Maria foi iluminada com o dom da Sabedoria para bem saber das coisas do alto e, sobretudo, da infinita bondade de Deus.
Dom de Inteligência
Neste momento conheceremos mais um degrau, mais um dom do Espírito Santo. Nós somos privilegiados, pois é uma oportunidade de privilégio estarmos diante de Deus, que nos dá Seus dons para nos santificar.
Sabemos que todos têm inteligência. Porém, o dom de Inteligência é diferente da inteligência humana. Esse dom nos ajuda a irmos mais fundo, na raiz de Deus, nos faz entender o que Ele quer para a nossa vida, o que a Igreja ensina, e também o que a Comunidade Filhos de Sião conduz!
Hoje, a juventude necessita do dom da Inteligência para entender aquilo que Deus quer de cada um.
É um dom nos iguala, e faz de nós instrumentos d’Ele. Aqueles que estiverem abertos a este dom chegam à intimidade profunda com o Senhor.
Na vida de Nossa Senhora, a “palavra certa” e a “inteligência necessária” foram as características que Ela teve em todas as situações, conseguindo viver e entender toda a vontade divina, mesmo sendo pobre, simples e humilde.
Logo, Deus nos dá uma graça para conseguirmos ter o entendimento profundo, o mesmo “entendimento” que Ele mesmo tem. Com essa graça, diferenciamos o que é pecado, para então fugirmos daquilo que é pecaminoso. É o dom que abre os nossos olhos para entendermos o que vem de Deus e o que não vem, e assim vivermos na Verdade.
Juventude, a melhor escolha é a presença de Deus. Só se realiza plenamente na presença de Deus! Dê o primeiro passo que o Senhor conduzirá o restante do caminho.
Dom do Conselho
Será que já descobrimos o por quê de estarmos aqui? Somos convidados a ter uma experiência com o Espírito Santo, a acolhermos o Espírito, e por Ele sermos santos de calça jeans. A santidade precisa ser o nosso objetivo.
Para isso, vamos ao terceiro degrau: o dom do Conselho. Este tem a finalidade de iluminar nossa consciência, de tornar claro o que ainda não está. É uma necessidade nos nossos tempos!
A juventude, de maneira particular, sofre muito pela falta de um bom conselho. Antes de darmos, precisamos recebê-los, e quem dá esse dom é o Espírito Santo: Ele é o verdadeiro Conselheiro!
O presente, isto é, o dom do Conselho é um sopro novo na consciência, elucidando o que é lícito e o que convém à alma.
No conhecido Evangelho do jovem rico (cf. Mt 19, 16-22), Jesus orienta, instrui e faz aquele rapaz se encontrar com a sua própria verdade. É necessário ouvir Cristo, para que de fato consigamos entender o que Ele quer de nós. Ele sempre nos fala, sempre!
Ainda, é importante sabermos que vontade de Deus vem em forma de conselho. Somente pelo Espírito Santo entenderemos a vontade divina. Por isso, busquemos o auxílio de Nossa Senhora para entendermos todos os planos de Deus; pois Ela é para nós testemunho de fidelidade aos conselhos do seu Divino Esposo.
Dom da Fortaleza
Neste degrau, entendemos que fortaleza pode significar: algo/alguém forte, poderoso, firme. O dom da Fortaleza é uma força que o Espírito Santo nos concede.
Diante das adversidades, nós teríamos a mesma força de Nossa Senhora para suportar uma espada que a traspassou o coração? (cf. Lc 2, 35).
O medo não parou a Virgem Maria. Ela disse sim e o dom da Fortaleza se manifestava n’Ela! Diante de todas as situações que viveu, Ela estava fortalecida por essa graça.
O que Ela espera de nós é que sejamos firmes e fortes. Para isso, clamemos pelo Espírito Santo para nos presentear com o dom da Fortaleza.
Neste mundo, que é um “vale de lágrimas”, necessitamos desse dom que nos dá a força necessária para conseguirmos seguir Jesus. Nós iremos passar por situações difíceis com certeza, mas com a Fortaleza do Espírito, nós seremos sustentados e permaneceremos firmes.
Dom de Ciência
No quinto dom – ou degrau como temos considerado em nossa meditação, temos a Ciência, que nos leva a conhecer a marca de Deus em cada criatura. Esse tesouro do Espírito Santo nos ajuda a distinguir a bondade e a malicia que existe em todas as coisas criadas.
Ainda, este dom nos ensina que toda criatura, por mais bela que seja, é insuficiente para satisfazer o coração do homem. Também pela Ciência, somos levados à compreensão dos sofrimentos e das humilhações. A dor tem um sentido, se vivida com o dom da Ciência.
Em Nossa Senhora, todos os dons foram perfeitos. Ela os viveu e, por isso, hoje nos ajuda a também vivê-los. A graça da Ciência do Espírito nos auxilia a entender e a nos abrirmos à vontade de Deus.
Dom de Piedade e Temor de Deus
Em Isaías 11, 1-2 encontramos apenas seis dons do Espírito, dos quais cinco deles foram citados até aqui. Isso porquê a Piedade e o Temor de Deus na língua hebraica usam a mesma palavra. Ao ser traduzida, o termo que tinha duas possíveis traduções foi acolhido de ambas as formas, pois assim se completariam os sete dons, e o número sete – para a Igreja – representa a totalidade. Ou seja, os sete dons do Espírito Santo são todos os dons que precisamos para sermos santos!
Sobre o dom de Piedade, São Francisco de Sales nos ensina que consiste na vontade firme de fazer o que agrada a Deus. Se eu descubro o que Deus quer, e que para Ele é agradável, eu quero fazer! Todos os dons nos conduzem à santidade, à vontade divina.
É um dom pequenino que nos conduz à fidelidade a Deus. Assim, piedade é o mesmo que devoção. É estar em prontidão, firme na vontade de fazer a vontade de Deus. Trata-se do dever de amor para com o Senhor.
Se o Espírito Santo possui todos os dons, então, a Esposa também possui. Na piedosa Virgem Maria encontramos a prontidão em assumir o plano de Deus no momento da Anunciação (cf. Lc 1).
Além do mais, a piedade de Nossa Senhora não se resume apenas no relacionamento com Deus, mas também com os Seus filhos! Vejamos que nos agradecimentos do Santo Rosário, clamamos a Sua piedade para conosco: “[…] e para mais Vos obrigar, Vos saudamos com a Salve Rainha”. A piedade é um dever de amor, uma obrigação de amor. E como boa Mãe, Ela nos escuta e nos conduz.
Temer não é ter medo
Quanto ao Temor de Deus, se tememos ao Senhor, também O respeitamos e amamos. Quem ama de fato a Deus teme perder a sua amizade. Portanto, o dom do Temor do Senhor nos faz ter medo, não do Pai, mas de perder a amizade d’Ele.
Ora, a vida de Maria foi vivida com esse temor: Ela não quis em nenhum momento desagradar a Deus, buscando sempre a intimidade com Ele.
E quem amou mais a Deus que Nossa Senhora na terra?
Ela tinha, e tem, um amor tão profundo por Deus, que em seu coração não há espaço para nada que O desagradasse. Amava a Deus “até dormindo”, como disse o grande Ricardo de São Vitor. Ela dormia o seu corpo, mas a sua alma se abrasava de amor por Deus.
Sendo assim, se mantivermos o olhar fixo neste santo modelo, com Maria seremos todo de Deus!
Da Redação, Comunidade Filhos de Sião