O plano de Deus é para mim, e nós devemos nos apossar desse plano. Que o Senhor nos faça ouvir e nos apossar desse chamado, desse plano para cada um de nós. É profundo imaginar que eu e você fazemos parte de um plano divino. O sentido das nossas vidas é estarmos dentro do plano de Deus. Usando de compaixão, Deus olhou para você, e na Sua infinita bondade e misericórdia, Ele tem um plano para você.
O chamado de Deus não são as nossas misérias, mazelas, nossos pecados… O que impede esse plano acontecer nas nossas vidas é o “não” que damos a Ele. As nossas limitações serão nada, desde que demos um “sim” para Ele!
A necessidade da oração
Conduzidos por São Marcos 11, 20-26.
Nesta passagem o Senhor nos ensina a rezar. Na verdade, até mesmo quando Jesus não falava, não usava de ‘palavras’, Sua vida nos mostrou como rezar. De fato, Cristo era um homem de oração. Pela fé, Ele nos fala do poder da oração – poder de milagres (cf. Mc 11, 23-24), e Ele nos ouve.
Nenhuma palavra dita em oração cai por terra, nenhuma palavra dita em oração passa despercebida aos ouvidos de Deus.
Nossa baluarte, Santa Teresinha, nos diz que a oração é o impulso do coração, é, portanto, uma necessidade interior. Vemos tantos artistas que, em meio às suas exposições, sentem a necessidade de se retirarem; de fazerem meditação terapia; de “se conectarem com um ser superior”, mas sem assumirem o compromisso de arcar com as exigências dessa conexão, dessa intimidade… Percebemos mais claramente, então, que o homem tem necessidade de Deus, de correspondê-Lo.
O Evangelho desde domingo nos fala da videira. Aqueles ramos que não estão ligados à videira irão secar. A oração é essa ligação, é o que nos une a Deus, é o que nos faz íntimos de Deus.
Conversão e disciplina
Além disso, se a oração não te transforma é porquê ela ainda não está realmente acontecendo. Orar gera em nós o desejo de conversão. Para se descobrir e acolher quem nós somos de fato, vem como para aceitar a vontade divina, é fundamental a oração.
Nós traçamos nossos próprios caminhos, sabemos “tudo o que vai acontecer no nosso ano”, é sempre a mesma coisa… No entanto, a oração vem nos revelar que não é bem assim. Nós podemos – e vamos – nos deparar que, muitas vezes, não estamos certos, e que as coisas não serão como gostaríamos que fosse.
Dentro da correria, da rotina do dia a dia, reconheçamos a necessidade de sermos íntimos de Deus. Embora existam dias de dispersão, de preocupações, em que “nada sai”… Mas também haverão dias que será o Céu na terra… Todos dias, independente de como seja a oração, precisamos estar diante de Deus.
Como aconteceu com Santa Teresa D’Ávila, que “mais amou a Deus” no dia em que permaneceu no seu momento de oração a contar os tijolos da capela… Também nós precisamos de foco e disciplina para permanecer diante de Deus, em oração. Assim, rezar é um hábito, é algo de todos os dias. É uma disciplina, é disciplinar-se. Compreendendo que eu e você precisamos de Deus – no estudo da Palavra, no santo terço, na intimidade.
Compromisso marcado
Todo compromisso tem horário marcado. Não é diferente com a oração! É preciso um horário e um lugar. Esse é um dos passos, após se decidir pela oração, para ser fiel.
Ainda que seu tempo seja curto, comece pela Palavra. A Palavra de Deus é poderosa em nossas vidas! É dela que vai sair a nossa oração. Ela é completa, de lá saem as nossas palavras, e dela também ouvimos a palavra do próprio Deus. Nela você louva, pede perdão, é orientado…
A condição para que tenhamos vida é ouvir a voz de Deus. Ainda que tenhamos momentos de oração durante o dia – no ônibus, limpando a casa, lavando a louça –, eles são, embora necessários, “lanches” para a alma. Porém, o alimento sólido e completo é o momento em que você deixa tudo para ficar com Jesus.
O guarda de Israel não dorme, nem cochila. Ora, então, não importa a hora em que você se coloca diante de Deus: Ele ouvirá a sua oração!
O que nos torna sensíveis aos sinais divinos é a vida de oração. Se não rezamos, estamos “mortos”. É por essa razão que as coisas caem diante de nós e nem sequer percebemos, afinal, estamos mortos. Mas se rezamos, estamos vivos, e por isso sentimos “à flor da pele” tudo o que acontece – choramos, nos compadecemos, nos alegramos… Estamos vivos pela oração!
Por fim, o filho de Sião é chamado a subir a montanha a cada dia – isto é, se retirar para a oração diariamente, pois ali serão estreitados os laços de amizade com o Senhor. É pela Palavra que conheceremos plenamente a vontade de Deus. Ela precisa fazer parte da nossa rotina! O que falta para você viver essa intimidade com Deus?
Francisca Roberta Fonteles
Consagrada na Comunidade de Aliança com Promessas Definitivas
